Saúde investiga agora oito casos suspeitos, já que um foi retirado da lista por não se adequar ao quadro. Especialista da USP reforça equipe do IML para necropsiar corpo de uma das vítima
Moradores do Buritis bairro da Região Oeste de Belo Horizonte, estão ainda mais apreensivos: as últimas informações das autoridades sobre a doença misteriosa conectada à localidade dão conta de que mais dois pacientes, ambos residentes no bairro, apresentaram os mesmos sintomas da enfermidade. As duas novas notificações chegaram à Saúde estadual ontem, mesmo dia em que o corpo de Paschoal Demartini Filho, de 55 anos, que estava internado em Juiz de Fora, na Zona da Mata e morreu na terça-feira, deu entrada no Instituto Médico-Legal de Belo Horizonte. Como todas as outras, as duas possíveis novas vítimas são do sexo masculino. Têm 56 e 64 anos. Agora, são oito os casos em investigação, já que um foi descartado ontem por não se adequar ao quadro. Na tentativa de acelerar o fim do mistério, a Polícia Civil trouxe reforço de São Paulo: um médico-legista da USP, especialista em necrópsias em situações epidemiológicas.
Medo dos moradores
A administradora Viviane Tristão, de 39, mora no Buritis há sete anos e está muito apreensiva. “Estamos com medo dessa doença que não sabemos o que é, de onde veio, e está localizada aqui no bairro. Como tenho filhos, meu maior medo é que se trate de alguma infecção alimentar. Estamos comprando alimento contaminado?” Ela foi às compras ontem com cautela: “Analisei melhor a carne que comprei para o almoço. Verifiquei mais de uma vez a data de validade e pretendo deixar a carne cozinhando um pouco mais”, disse. Além disso, vai lavar melhor os alimentos e embalagens.